O que me trouxe. Trouxa!

Há um cansaço na nossa alma que não há quem veja. Uma dor nesse tempo que é atemporal e não faz sentido para os sentimentos que nos carregam, sendo apenas espasmos contusos, causando inflamação nos olhos que já não percebem tudo o que veem. O silêncio já não conversa entre si, pois os olhares doces estão de ressaca, os sorrisos perdidos, e a comunicação não verbal quase aniquilada.

A primeira vez que eu conheci um poeta, foi nessa época que nunca passa, disse que me daria o brilho d’água, pois não era comum nem impossível, a gota como o cristal refletor da magnitude celeste, pingaria em minha pele, e me faria mar, porém eu mergulhei na gota, tinha pressa em ser alguma coisa, e alguma coisa nunca foi coisa alguma.

Desde então, essa época fincou-se em nossas costas, carregamos o possível cheio de respostas, mas tínhamos questões quase intocáveis, não se falava em nada que estava distante, pois tudo era próximo e suficiente, o instante é pequeno para tanta indagação.

O corpo parecia escopo, a alma escape, suspirando pouco a pouco parecia louco esse mar de tormentos que se impregnou no tempo como música ruim. A alma quer dormir, e quando a alma para, todas as engrenagens se embaralham, nos tornando seres inquestionáveis.

Ouvi dizer que a vida agora é azul e que a gente a curte com um botão joinha.

Hulle Horranna

5 comentários sobre “O que me trouxe. Trouxa!

  1. Kinderllyne disse:

    Não canso de ler e re-ler e ler novamente, cada texto, mensagem, crônicas… Cada palavra que é escrita me traz inspiração para a vida. Me encontro em cada verso, cada linha… Que jamais lhe falte inspiração, para fazer de nossos dias (de nós, leitores) mais intensos e alegres. Mais uma vez lhe sou grata, Hulle. Att. Kinderllyne

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